POEMA SOBRE ELA
Ela tinha os cabelos compridos
que se faziam curtos
se pela vontade lhe passasse,
Se ela só se imaginasse.
Ou então foi só por delírio meu
que o meu coração assim a viu.
E os cabelos compridos lhe escorriam
e as ideias se lhe desfaziam
quando em falsa paixão
a cama toda lhe enchiam.
Quando em falsa ilusão
ela se compadecia.
E toda a força que podia
e toda a fraqueza que escondia
Toda a convicção que lhe ardia
se fazia de cordas
se fazia de amarras
e ela em arrasto se ficava.
E como se clareza antes tivesse
a vista se lhe toldava,
até ao rebentar da tempestade
E eram raios
coriscos
clarões
torpedos de foguetões!
Quando a paciência se esgotava
Quando ela assim se transbordava.
E em manhã clara de sol
Toda ela se iniciava
no céu azul de um recomeço.
E tanto dela em mim me vi
Que nunca mais me reconheço.
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