agosto 22, 2009

The End of it?

agosto 15, 2009

La Bohème

Je vous parle d'un temps
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criait famine
Et toi qui posais nue

La bohème, la bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux

Dans les cafés voisins
Nous étions quelques-uns
Qui attendions la gloire
Et bien que miséreux
Avec le ventre creux
Nous ne cessions d'y croire
Et quand quelque bistro
Contre un bon repas chaud
Nous prenait une toile
Nous récitions des vers
Groupés autour du poêle
En oubliant l'hiver

La bohème, la bohème
Ça voulait dire tu es jolie
La bohème, la bohème
Et nous avions tous du génie

Souvent il m'arrivait
Devant mon chevalet
De passer des nuits blanches
Retouchant le dessin
De la ligne d'un sein
Du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin
Qu'on s'asseyait enfin
Devant un café-crème
Epuisés mais ravis
Fallait-il que l'on s'aime
Et qu'on aime la vie

La bohème, la bohème
Ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, la bohème
Et nous vivions de l'air du temps

Quand au hasard des jours
Je m'en vais faire un tour
A mon ancienne adresse
Je ne reconnais plus
Ni les murs, ni les rues
Qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier
Je cherche l'atelier
Dont plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor
Montmartre semble triste
Et les lilas sont morts

La bohème, la bohème
On était jeunes, on était fous
La bohème, la bohème
Ça ne veut plus rien dire du tout.

Jacques Plante et Charles Aznavour


Um mês depois ainda choro a ouvir isto.

junho 23, 2009

junho 06, 2009

...beaucoup ne suffit pas. - elle a dit

junho 04, 2009


def. paniquer

paniquer [panike] I v. tr. (angustiar) provocar o pânico (affoler, angoisser); II v. intr. entrar em pânico (être angoissé, céder à l'affolement)

in Dicionário Francês-Português Porto Editora (adaptado)


Com muita doçura. Claro.

maio 27, 2009

(back from neverland)

Às vezes somos surpreendidos. Ao chegar o mundo está exactamente onde o deixámos, mas tudo rodou. O mundo roda sem nós. Mas às vezes roda um bocadinho mais por estarmos lá. Mais precipitadamente. Por termos voltado. Porque eu sou precipitada. E como tudo o que roda, o mundo volta ciclicamente ao mesmo sítio. E ciclicamente se afasta.

Numa manhã em Lisboa fui a todos os sítios onde queria ter ido, a todo o lado onde me apeteceu. Em francês, bien sûr. Porque era inconsequente. Porque me era familiar. Vi Lisboa inteira e voltei a apaixonar-me por ela, como da primeira vez.
O vento continua a levar-nos.


Até já.

maio 20, 2009

A falta de um franco objecto de desejo está neste preciso e milionésimo segundo a atormentar-me.

Já lá me dizia a mãezinha em tempos desfocados, com uma tonalidade estranhamente maternal de quem nos surpreende com o conhecimento de nós e numa expressão categoricamente assim: "Micaela, tu és uma insatisfeita. Vais ser sempre." É pena a alma pesar-me tanto, que a inércia é imensa. Estou neste preciso momento a absorver muito pouco o mundo. Porque os insatisfeitos têm como estratégia de sobrevivência percorrê-lo na busca incessante de algo que lhes mate a fome. E que fome. E eu mal me percorro, quanto mais.

A erva é eficaz, mas transitória, antes sequer que eu a perceba. Mas sim, areja-me as divisões. Também não raras vezes entope-as de cotão.

A falta de um franco objecto de desejo atormenta-me. Assusta-me não querer muito nada. Porque eu gosto muito de querer tudo. Muito. E neste momento não quero muito o que tenho diante dos olhos, nem o que tenho escondido. Nem o que já quis.

Não quero deixar Paris. Não quero ficar. Queria morar em Paris, mas sinto que já não moro. Já não lhe habito. Porque se entranhou em mim a vontade urgente de partir. Aquela. A de sempre. ("Mas eu ainda não vi nada! Quantas vezes não a levei comigo, quanta luz perfeita falhei, quantos ares de espanto e de pasmo e de revelação me faltam: Eu moro em Paris, putain!..., ainda não me cruzei com o Chico Buarque - a casa continua em obras - ainda não entrei naquela boulangerie, ainda não me sentei em todos as esplanadas que queria, ainda me perco no Marais, ainda não usei a minha distância focal de 200mm a furar privacidades alheias vezes suficientes") Gosto de pensar que ainda tenho tempo. Não para tudo, mas para sentir que foi tudo.

A falta de um franco objecto de desejo ainda me atormenta. Talvez uma rua nova em Lisboa. Talvez um sorriso novo. Quero tudo novo. Não tudo de novo.

Não quero o que já quis. Só tenho medo que a inércia do meu ego seja suficientemente pesada para me impedir de o rejeitar.

(são 7.00 da manhã, não vou ao estágio e está uma luz linda; só queria poder levá-la a passear e passear os meus vários olhos por Paris; mas talvez deva dormir um pouco e retomar a utilidade corriqueira do estudo - como eu também não quero muito isso...)

Ah, e Paris no fim ficará. Claro. Sempre.





p. S.: Ontem vi-a como nunca se viu tão bela. Estava no banco de psiquiatria e não tinha a Nikon. Subi ao 15ème para ver um doente e lá estava o perfil todo, talvez perfeitamente enquadrável com os seus 70mm, em perfeito contraste negro contra o extremo laranja de um céu poente, sem sol que queimasse a exposição - logo acima erguia-se a jeito um muro de nuvens a esfiaparem-se em azul. A sempre ténue Tour Eiffel, a um polegar da Tour de Montparnasse, os prédios da Chinatown e as chaminés, o fumo a despregar do horizonte. O Dr. Yon falava e eu pouco ouvia. Não a levei, não posso partilhar, desculpem (a mim dói-me bastante).

Só comigo.

maio 15, 2009

dans la pluie

Dans la pluie
je me rêve
je m'enlève
au son de l'eau
au gré de mon âme
dans toute la quiétude
mais sans la calme,
car je suis toujours la tempête.
parce que je serais comme la bête
quand enfin la rage me vient
Mais dans la pluie
je me reste
j'attends
tout simplement
et je me déteste
je me détruis
pour n'être jamais
que dans la pluie.

"Quem anda à chuva molha-se" já dizia o outro.
Continuo a dizer que isto está cheio de erros.

maio 11, 2009

Espécie de Vampiro

Eu não sou quem tu desejas
Eu não sou aquele que beijas
Sou um mero pesadelo ou fantasia

Eu sou muito mais que velho
E intimido qualquer espelho
Sou o amigo mais funesto da poesia

Sou um tipo de morcego
Que é completamente cego
Embora às vezes seja fã do Fritz Lang

Sou uma espécie de vampiro
E quando sobre ti me atiro
É para saborear um pouco do teu sangue
Só para beber gota a gota o teu sangue

Tu não sabes de onde venho
Dás conversa a qualquer estranho
Ainda vais beijar-me os lábios docemente

Não confias nos teus pais
E acreditas que os jornais
Só relatam a verdade doutra gente

Sou um tipo de morcego
Que é completamente cego
Embora às vezes seja fã do Fritz Lang

Sou uma espécie de vampiro
E quando sobre ti me atiro
É para saborear um pouco do teu sangue
Só para beber gota a gota o teu sangue

É para saborear
Um pouco do teu sangue
Só para beber
Gota a gota do teu sangue

É só para beber
Gota a gota do teu sangue

Jorge Palma


Eu realmente sou é apaixonada pelo ser humano. Incluindo principalmente eu.

maio 06, 2009

Para quê algodão, quando se pode ter seda?

maio 03, 2009

Je suis venu te dire que je m'en vais

Je suis venu te dire que je m'en vais
Et tes larmes n'y pourront rien changer
Comm' dit si bien Verlaine au vent mauvais
Je suis venu te dire que je m'en vais
Tu t'souviens de jours anciens et tu pleures
Tu suffoques, tu blêmis à présent qu'a sonné l'heure
Des adieux à jamais
Ouais je suis au regret
D'te dire que je m'en vais
Oui je t'aimais, oui mais
Je suis venu te dire que je m'en vais
Tes sanglots longs n'y pourront rien changer
Comm'dit si bien Verlaine au vent mauvais
Je suis venu te dire ue je m'en vais
Tu t'souviens des jours heureux et tu pleures
Tu sanglotes, tu gémis à présent qu'a sonné l'heure
Ouais je suis au regret
D'te dire que je m'en vais
Car tu m'en as trop fait.
Je suis venu te dire que je m'en vais
Et tes larmes n'y pourront rien changer
Comm' dit si bien Verlaine au vent mauvais
Je suis venu te dire que je m'en vais
Tu t'souviens de jours anciens et tu pleures
Tu suffoques, tu blêmis à présent qu'a sonné l'heure
Des adieux à jamais
Ouais je suis au regret
D'te dire que je m'en vais
Oui je t'aimais, oui mais
Je suis venu te dire que je m'en vais
Tes sanglots longs n'y pourront rien changer
Comm'dit si bien Verlaine au vent mauvais
Je suis venu te dire ue je m'en vais
Tu t'souviens des jours heureux et tu pleures
Tu sanglotes, tu gémis à présent qu'a sonné l'heure
Ouais je suis au regret
D'te dire que je m'en vais
Car tu m'en as trop fait.

Serge Gainsbourg


Sonhei com isto.

POEMA SOBRE ELA

Ela tinha os cabelos compridos
que se faziam curtos
se pela vontade lhe passasse,
Se ela só se imaginasse.
Ou então foi só por delírio meu
que o meu coração assim a viu.
E os cabelos compridos lhe escorriam
e as ideias se lhe desfaziam
quando em falsa paixão
a cama toda lhe enchiam.
Quando em falsa ilusão
ela se compadecia.
E toda a força que podia
e toda a fraqueza que escondia
Toda a convicção que lhe ardia
se fazia de cordas
se fazia de amarras
e ela em arrasto se ficava.

E como se clareza antes tivesse
a vista se lhe toldava,
até ao rebentar da tempestade
E eram raios
coriscos
clarões
torpedos de foguetões!
Quando a paciência se esgotava
Quando ela assim se transbordava.

E em manhã clara de sol
Toda ela se iniciava
no céu azul de um recomeço.
E tanto dela em mim me vi
Que nunca mais me reconheço.

Mon petit poème en français

Mon petit poème en français
est sûr d’être très petit
il se remplit d’insignifiance
il se vide de pertinence
mais il est tout écrit en amour
mais il tout dit sur moi.

Je suis aussi petite comme lui
Je suis aussi grande comme toi,
mon petit poème en français
mon petit amour désormais.

Abertíssima a correcções.

maio 02, 2009

Post it a Mim própria

PENSA. PENSA, DESENHA E CONCRETIZA

NÃO CUSPAS
TUDO.

"Morra o Dantas, Porra, Pim!"


O TEU CÉREBRO SEM LIMITES
É MATO EM PLENO VERÃO:

TUDO ARDE, TUDO CONSOME
TUDO É PALHA, TUDO É FOGO.
NADA HESITA, E NO FIM
NADA SOBRA, NADA RESTA

PARA CONTAR A HISTÓRIA.
LIMITA-TE.

Fogo, foguinho, fugaz
Que me traz aos píncaros do mundo
Sem paz absolutamente nenhuma

Fogo, foguinho, capaz
de me trazer aos fundos de mim,
sem guerra minimamente alguma

Porque me habita antes que eu vim
ao mundo e me fiz consciente
da impossibilidade absurdamente inexistente

Quem me queria agora
se eu já tinha nascido
antes do nascer da aurora?

Crio-me eu que sou tudo
Quero-me eu que tudo posso
Sei-me a mim que nada ouso
Lixo-me eu, e de mim troço.
29.08.08


POEMA DE AMOR PASSADO

Abriste a porta
e entraste como um trovão
e que nem raio
incendiaste o que viste
arrancaste o que pudeste
violaste-me com permissão
o frágil conhecimento de mim
o meu frágil chão de existência.
Agora deitas-te sobre a minha lembrança
como antes te jogavas na minha cama
como antes te prostravas na minha boca
como quem deu um orgasmo por desistência.
E que grande a conivência
com que me silenciei no teu abraço
com que me menti no teu engano
com que me dei ao embaraço.

E se com cegueira cheguei,
com surdez me convenci
E se alguns olhos abri,
foi porque os já não tinha
E se de amores me perdi,
foi para morrer de vergonha.

E quando por fraqueza te deixei,
por qualquer esperança me abandonei
foi já de longe que o vi
que o silêncio se fez em fim
que a decadência não perdoa
e se a saudade me mata
a falta me atordoa,
É o coração que me acalma
É o pensamento que me ata
já sem cabeça que me doa.
E como te deitas sobre a lembrança
e como te jogas na minha chama
E como provocas a vingança
ao me puxar para a tua cama,

Acabas com o presente por resistência
em insistência ao acaso
e em desesperada indecência
ao desistir do acabado
me resgatas toda a existência
de quem nunca vive no passado.
20.03.09


Em auto-retrato me espelho
sem retratar quem me sou
porque sou mundo que não vejo
por ver de dentro quem me dou

E se é com estes olhos que o pinto,
não vejo os olhos que o espelham
logo como posso saber quem me sinto
se nunca vi a quem me olham?

Se nunca vi a quem me olham,
como tenho possessão,
se nunca soube a quem me julgam
quem me deu o meu perdão?
25.04.09


A raiva é asquerosa
podre, vil e saborosa
e quando me sobe pela boca
e me cai pelas mãos,
raiva podre e tumultuosa,
toda a minha cabeça é oca
todos os meus gestos são vãos.

E em sopro de pulmão,
em urgência de coração
eu te sinto em mim,
eu te agarro assim
e em vingança fria,
te arremesso a solução

Ai!... A morte lenta
e deliciosa
suculenta
e poderosa
por mim acima te deu vazão
te deu consolo,
tão ternurento,
da tua longa sofreguidão.

Não sofras mais, meu pequenino
que já sofreste o teu tormento
Já não há satisfação
que te cure o desalento.
Já não há coração
que te prive o sofrimento.

Quanto a mim acabou a rua
onde eu sem querer nunca me vi
Mas em silêncio ainda te sinto
Tudo o que te vejo em ti.
19.04.09


Tudo acabado a 01.05.09
em delírio matutino
7.16am
uma bela merda

abril 18, 2009

Ira


Retomando os sete, que isto é uma brincadeira engraçada. Fotografia tirada a 10 de Abril de 2009. Sem retoques.

março 27, 2009

Popless



Maldito espelho devolveu a imagem dela sem reflectir,
é um vicio danado aspirar o ar ao ela passar,
Um velho hábito ficar sentado e deixá-la fugir,
Fingir que passou ao lado e vê-la zarpar.

Ai, lá vai ela sabendo que é linda,
por onde passa nem relva cresce,
lá vem ela mostrando interesse,
nessa palavra, nesse popless.
Ai, lá vem ela sabendo que mexe,
um peito acima, outro desce,
lá vem ela mostrando interesse,
no que, no que cresce....!

É uma pena ter ficado sentado e deixá-la jantar,
foi um erro decarar-me culpado por ela sorrir,

Ai, lá vai ela sabendo que é bela,
que não me escuta, à janela,
lá vem ela sabendo que é linda,
por onde passa tudo mexe,
Ai, lá vem ela sabendo que é boa,
e a nossa cabeça fica á toa,
lá vem ela sabendo que interesse
de tudo isto é palavra popless.

Ai, lá vem ela sabendo que é linda,
por onde passa nem relva cresce,
lá vem ela mostrando interesse,
por resolver este popless,
Ai, lá vem ela sabendo que é boa,
e que esta cabeça ficou à toa,
lá vem ela sabendo que mexe,
um peito assim até mais cresce,

Ai, lá vem ela mostrando interesse,
e lá vem ela sabendo que é bela,
e que à janela eu fico à espera,
à espera de....

GNR