dezembro 21, 2007

Trilogia

Poema de Amor Presente

Todos os dias que acordo
são para adormecer em ti.
Todas as horas que visto
são para que tu me dispas

E juntos ressacamos
de saudade
Na nulidade
de quem não é inteiro

De quem é bocados
de quem é um exagero de beijos
De quem se junta
no arrancar da roupa,
dos berros e da alma
De quem não tem a calma
de saber ser um todo.

De quem não me acalma
a sede de tudo.

Porque fora do ninho
tenho menos que nunca

Porque a riqueza do mundo
é menor que o teu abraço

Porque o meu regaço
tem guardado um buraco
Onde a tua alma se aninha
e me suga calor
Onde a minha sede de ti
te obriga ao amor

E depois?
Tu mo dás de bom grado
Porque sem esse recado
Te secava o ardor

E ficavas sozinho
onde já não te sabes sem mim
E desamparado
Choravas sem fim

Porque um mundo alternativo
se abriu à nossa mente
E já não há retorno.
já só há em frente
Já não há arrependidos,
que esses serão comidos
No eterno fogo dos infernos
E que a todas te vejas indiferente,
ou serão tuas as chamas dos condenados,
dos assassinados,
dos indigentes!...

Descansa,
que não me fazes isso.

Descansa,
que que eu sei ser só eu na tua atenção

Na tua paixão, nos teus cuidados
Nos teus beijos tresloucados,
na tua devoção.

Vá, adormece no meu colo,
adormece nos meus braços,

Só não adormeças o coração meu,
Que um dos pedaços é só teu.

outubro 11, 2007

Como o Coelho Gigante Engole as Laranjas Mecânicas ou Excerto da Teoria do Big Bang de Madrugada

Como as laranjas mecânicas alaranjam por aí,
Como mecanizam as laranjas podres,
Como se apodrece uma cesta de fruta.

Como se o mundo em constante rotação
fizesse sumo de coisa minuta
E, pronto-a-consumir,
Em louvável repetição,
Se desse ao mundo como saudável imposição.

E que esse sumo de consumo conveniente
Convenha a toda a gente,
Contente todo o mundo!
E o torne tão oco e tão crente
que, em infinito acomodar,
Não mais precise de rodar!
E, tão uniforme e tão carente,
Lá fique pendente na imensidão.
Que para eterna diversão da maquinaria,
Vá liquidificando na torturadora
todo o produto da dimensão.

E mais, e mais! E cada vez mais frutaria!
Mais facas eléctricas de misturadora
Quanto mais sumo bebo, mais sedento fico!
E, em sumarento existir,
Não mais o quero justificar!
Não mais me quero inventar.

Como se fermenta geleia pelos tempos
Como se acrescenta água choca e diluente…


(Pausa)



Coelhinho.
Coelhinho Gigante de patas abruptas
De palavras feias e loucas
De dementes olhos tresmalhados
De corpo nojento e membros atormentados.
Em desprezo pela gente,
Com amor ao mundo.
Em pontapés a tudo, pela entrega aos povos

Na paz insana cheia de humanidade
Com a moral dos desejos e da vontade.

Sem cama nem lençóis,
Sem carimbos nem papel.
Sem pilhas Duracell
Sem ordem, sem pais, sem tempo, sem leis
Descontroladamente
Energeticamente renováveis.
Sem correntes, sem país
Sem sementes nem raiz.

Sem microondas cerebral
Sem impressora maquinal

Em procriação livre da verdade
(Ou em mentira escolhida em liberdade)

(Rewind)

E em trombone do apocalipse
Vindo de uma dimensão alternada,
O Coelho engole a frutaria
no meio de toda a gritaria
da democracia aldrabada

E é a histeria em Massa
O Pânico e a Agonia.
A desgraça.



O silêncio, a tranquilidade.

A natividade.




(Replay)


(Setembro 2007)

julho 31, 2007

Avareza

Bah. Às vezes também dá gozo. Nem vezes a mais nem vezes a menos. Ah!, como eu gosto de falar no equilíbrio que não existe. No fundo sou uma mimada auto-infligida. Mas nunca se sabe. Um dia até as galinhas vão ter dentes se isso lhes conferir vantagem adaptativa.

julho 04, 2007

No caos, um porto seguro é a anulação completa. É o não lutares por mais nada. É o não quereres mais nada. É o arrastares-te deliciosamente na perdição. É o esquecer todas as tuas forças motrizes inatas, porque é aquilo que te move (te enrola, te apaga, te acende, te desconjunta) e é o único caminho que se desenrola (que tu vês) à tua frente. Porque te abraça. E te promete. E não te mente, e não disfarça. Essência, instinto, verdadeira concretização da tua irracionalidade que apregoas? O Dogma quebrado ou instalado? Intensidade, saudade, vício. Absurdo vício com que não sabes lidar. Que não queres confrontar? Questionar? Porque depois do abrigo, do abraço, o caos (aquele que amavas) parece insuportável. Feio. Não a feiura bela a que dedicavas paixão, vida, lágrimas e que era a tua predestinação de ser eternamente insatisfeito, mas o vazio sem sequer o sentido que o acaso tem. Mas continuas insatisfeito e insaciável. Quem te compreende? Nem o colo apertado, porque não te abres todo ao céu. Não podes, ou o caos faria sentido e isso não faz sentido nenhum. Porque te perdias e oferecias. Sem mais moeda de troca, sem apólice de seguro. E porque a tua lógica é a lógica toda de não a teres, porque não sabes, não queres e logicamente não eras tu se a tivesses. És humano exposto a todas as variáveis que o caos te dispõe. Não planeies (nem sequer sabes, oras...). Não penses demasiado que te faz dores de cabeça. Aproveita para gerar mais caos, no teu sofá aconchegado. Porque não entendes e isso sabe-te que nem ginjas. Que maçada!

(como eu te conheço como a mim...)

junho 26, 2007

Ciúme

Raiva. Nulidade. Exagero.

junho 13, 2007

Chamaste-me Ricardo Reis, mas eu não sou Pessoa, sou bicho.

maio 30, 2007

Preguiça


Deixa-me Rir

(...) Pois é, pois é.... (...)

[Instituna a abrir o festival]

maio 24, 2007

(mania de desenterrar baús) [in]Diferenças

Incerta da parvoíce
que por aqui largada sou,
tomo consciência da parvoíce
de outros.
E todo o mundo faz sentido
porque se ensaca na mesma coisa
Que é coisa absolutamente
Nenhuma.
E silenciosamente,
nos intermeios e enleios da observação,
noto a minha sanidade
perante a insanidade dos outros
como absurda e abominável conclusão!
Mas cá estou eu na minha loucura,
porque é só minha na miséria do mundo.
E ninguém ma rouba e ninguém ma tira,
senão não mais eu existiria.

2005

maio 20, 2007

Crónica I

Dali viu ali qualquer coisa. No meio de elefantes e girafas, ovos e medos sexuais, cadillacs, nus e no meio de Gala, Dali apaixonou-se por Cadaqués, terra de origens. Cadaqués só se vê à última curva de es[ca/tra]da que serpenteia desde a planície catalã e que sobe para dentro dos montes quase pirinóicos. O carro toca Rolling Stones pela enésima vez (das poucas cassetes que reuniu consenso geral – só um de nós se lembrou o quão torturante consegue ser a rádio espanhola) enquanto aquece e desespera, com o peso, a longa viagem e a subida. Se morresse ali, ficaríamos presos em Cadaqués, ainda sem saber que é essa mesma a vontade que Cadaqués impõe. Aquela que já só se vê na última curva, num buraco dos montes que se abre ao mar.

Cadaqués tem ruelas. Cadaqués sobe e desce. Cadaqués é branca. Branca e azul e amarela nas portadas das janelas. Cadaqués tem toda a gente. O mundo inteiro.

O mundo inteiro numa terriola mediterrânica à beira-mar, feita de calçada e de cal, com os seus minúsculos areais de pedregulhos, a água de banheira, tão tépida, tão parada no sol da tarde, transparente de azul de céu. Descemos à praça central para comprar fruta e damos um mergulho. Em segredo, que os outros dormem. Sem toalha, de saias ensopadas, juramos nunca ir embora. Juramos voltar, juramos morrer ali. Juramos cristalizar naquele microecossistema, que retém naquele momento um ideal de humanidade. Escolho uma casa de portadas azuis em estilo de prenúncio (“Um dia…”).

Lá em cima, no parque de campismo, depois de casas e ruas labirínticas, descansam caravanas velhas e velhos hippies, ingleses com miúdos ruivos, garrafas de vermute, gatos, italianos errantes de tenda em tenda que nos servem de guias nocturnos, franceses de guitarras que não resistem em cá voltar todos os anos, índios mal disfarçados, camping gaz e o paraíso (pedaço de terra de ventos – “Have you got haxixe?”). Vista para Port Lligat (quase se vêem os ovos dos telhados de Dali) e a montanha a tapar-nos do mundo. A visita nocturna ao átrio da igreja e a invasão da chuva. O abrigo junto ao mar, nos toldos dos cafés e a visão dos relâmpagos – apoteose da descoberta e iluminação da verdade absoluta de Cadaqués: o derradeiro sítio para se morrer feliz. Mas como o tempo do mundo afinal não pára, metemos tudo no carro outra vez, para ir de uma assentada até Barcelona (a viagem ainda não acabou). Depois de Cap Creus, de descer e mergulhar nas enseadas, voltamos à estrada (escada?) da montanha e, sem parar uma última vez em Cadaqués, vê-mo-la desaparecer, depois do vendedor (comidíssimo!) de pequenas transacções locais cruzar a berma da estrada aos ziguezagues (prenúncio de coisa má), cambaleante, periclitante, como se o mundo inteiro fosse cair com ele, enquanto a planície, a ameaçar-nos com a realidade, se abre à nossa frente. Satisfaction no rádio perro e o carro volta a ameaçar os 100º. Não nos esquecemos da guitarra e das panelas e adormecemos.




maio 10, 2007

Luxúria


Zardoz

"The gun is good! The penis is bad!"

Ou Como Fazer Um Filme Depois de Meter LSD

maio 09, 2007

The Passenger

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I'll never look into your eyes...again

Can you picture what will be
So limitless and free
Desperately in need...of some...stranger's hand
In a...desperate land

Lost in a Roman...wilderness of pain
And all the children are insane
All the children are insane
Waiting for the summer rain, yeah

There's danger on the edge of town
Ride the King's highway, baby
Weird scenes inside the gold mine
Ride the highway west, baby

Ride the snake, ride the snake
To the lake, the ancient lake, baby
The snake is long, seven miles
Ride the snake...he's old, and his skin is cold

The west is the best
The west is the best
Get here, and we'll do the rest

The blue bus is callin' us
The blue bus is callin' us
Driver, where you taken' us

The killer awoke before dawn, he put his boots on
He took a face from the ancient gallery
And he walked on down the hall
He went into the room where his sister lived, and...then he
Paid a visit to his brother, and then he
He walked on down the hall, and
And he came to a door...and he looked inside
Father, yes son, I want to kill you
Mother...I want to...fuck you

C'mon baby, take a chance with us
C'mon baby, take a chance with us
C'mon baby, take a chance with us
And meet me at the back of the blue bus
Doin' a blue rock
On a blue bus
Doin' a blue rock
C'mon, yeah

Kill, kill, kill, kill, kill, kill

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

It hurts to set you free
But you'll never follow me
The end of laughter and soft lies
The end of nights we tried to die

This is the end

The End, The Doors


Daquelas vezes em que reconheces uma música e não sabes de onde: pois bem, pensava que era do The Passenger (Antonioni, 1975) e podia muito bem ter sido. Podia. Era do Apocalypse Now (Ford Coppolla, 1979), mas isso é o menos (o Paint It Black também podia ter vindo daí e veio de Kubrick). Seja The Passenger no seu apocalipse de identidade final:

Do you recognize him?
Mrs. Locke: I never knew him.

Do you recognize him?
Maria Schneider: Yes.

abril 23, 2007

Gula

Copyright © M.H.

Medley

Adoro as tuas desculpas para o beijo,
o teu roçagar cauteloso,
o teu abraçar medroso,
de quem me quer conhecer e não pode.

De quem me abre a boca espantada
De quem não me desvenda a alma fechada,
de quem me quer beijar e não deve.

De quem eu quero amar e não posso.

Adoro o teu pescoço,
que eu afasto e repuxo
na noite interminável do nosso beijo.
Na noite incomensurável do nosso erro.
Entre a areia ou entre a pedra,
a calçada ou entre a relva,
no meio do nada ou meio selva.
Entre os lençóis alheios, possuídos,
virgens ou vendidos,
tu me arrastas.
Becos escuros, cantos duros.

Eu te convenço com o cheiro,
tu concretizas sem entremeio
Sem saber que eu te mando
e tu vens, reclamando
Toda eu em teu poder.

Que ilusão!
Que desilusão a tua quando eu fujo!
Que pudor o teu de me tapar
Que tristeza o teu mau beijar
A saia preta ajeitada,
a bocejar ensonada,
calça desapertada,
adormeço e insisto em ressonar-te.

Insisto em analisar-te,
em parodiar, em menosprezar-te,
em reclamar
da falta que não me fazes ao acordar.

Adoro a nossa fuga
em debandada pela rua,
o nosso disfarçar, o nosso esconder,
o nosso inventar, o nosso fingir
sobre tudo o que se passou
e no nada que adiantou.

Adoro o que deixo abandonado
onde me abandonei,
a varanda, o perigo,

O arrependido.

o silêncio, o esquecido.
O lenço, o colar, os ganchos,
o não voltar.

O ciúme que tenho, o que tu tens,
o que deixamos alguém ter,
o que deixamos de querer.

O parar, o não acabar
Adoro querer continuar.

Adoro amanhecer sem saber como me beijaste
Adoro o vestido que me despiste,
o pijama que me viste,
as torradas que não comeste.
O que me roubaste e guardaste,
como me puxaste para os teus braços.
As coisas que levaste e que ainda não trouxeste.

O amigo do lado, o amigo de há bocado.
O que me partiste, o que me estragaste.
O que me escreveste, o que não me disseste.

Adoro não termos como voltar.
Os sapatos que me doem de tanto andar.
O choro inventado para a ocasião,
o ficar estacado sem reacção.

Adoro os teus beijos
(quando não os odeio)

Adoro que me toques
(quando não quero que afastes)

Vão do nada ao tudo
entre a guitarra que tocas,
a mão que me roças,
o quanto me embebedas,
o tanto que me enebrias.

Os acordes, as cordas,
o paleio
As estrelas, o mar,
o receio
de que me leves sem retorno
de que não passe de morno,
de que não voltes, de que regresses.
De que nunca venhas.
De que me mintas.
De que me sintas.
De que tardes em demasia
de que me afogues em agonia.

Adoro que me leves a dançar,
adoro que fiques parado a olhar.

A música, o furacão,
o exagero, a alucinação.
Os cigarros. Os tambores.
A exaltação, os calores.

Por tudo te adoro,
em tudo te desprezo.

És igual, és oposto,
és racional, és imposto
por mim adentro ao de leve.

Não te abro as pernas,
não te ofereço nada,
não te quero aqui
e morro sem ti.

Só me dou em catadupa
quando me quiseres de certezinha absoluta.

E mesmo assim,
pode ser que, enfim,
(é provável)
me farte de te querer
e te jogue à outra margem.

E lá te vou adorando,
por seres muitos, por seres todos,
por nos irmos desencontrando.
Por se afogarem uns aos outros,
por me deixarem entretida,
por me cozinharem derretida
Por seres todos, seres ninguém
por seres eu e seres alguém.

(a todos eles lol)

abril 22, 2007

A Noite Passada

A noite passada acordei com o teu beijo
descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas "sou gaivota e fui sereia"
Ri-me de ti - "Então porque não voas?"
E então tu olhaste
depois sorriste
...abri a janela e voei

A noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo dormias lá no fundo
faltou-me o pé senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
E então falámos
e então dissemos
...aqui vivemos muitos anos

A noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti disse baixinho "olá"
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
E então tu olhaste
depois sorriste
...disseste "ainda bem que não voltei"

Sérgio Godinho

abril 21, 2007

Pré-Lançamento (Des1biga 13) - Catatonia

Tu existes,
sentado na poltrona.
As mãos ao acaso
sobre o teu corpo prostrado.

Os olhos cheios e esvaziados,
perdidos no vazio do teu pensamento
sem que nada te faça em movimento,
jogam-se em delírio inanimado
e enchem-se do mundo,
em impressão escondida
na inexpressão do teu rosto.

Tu existes há muito tempo.
Existes desde o dia em que nasceste
e do dia em que morreste,
para nascer de novo
no dia em que será suposto.

Respiras em compassos decadentes,
em mecanismos independentes
do ar que o mundo te sopra ao ouvido.
E mal te mexes.
Só existes
Não esperas, anseias, não desistes.

As tuas almas contorcem-se
sem precisares de torcer as mãos.
As tuas entranhas volvem-se
e desenvolvem-se
sem que a cabeça se te volte,
sem que o teu corpo se levante,
em erguer desperdiçado,
enquanto te vês desesperado
nessa revolução assente,
do alto do teu assento de poltrona morta.

Só existes,
não te mexendo.
Inventando o dia em que levantes
essas almas tuas da cadeira.

Inebriam-te em comprimidos
num ritual coordenado
num acto inconsciente, condenado
tremendo pelo dia em que te acordes.

A mão caída,
os teus pés mortos,
a boca descaída
o rabo inerte,
nesse teu trono conquistado.

Não és morto,
és paciente,
enquanto não te surge o que te movimente.

O dia em que acordes,
o silêncio que quebres
as entranhas a fumegar exaltação.
O acabar do mundo,
o espanto dos homens
a questão
a resposta de tudo
no teu andar.
A arte final no teu caminhar.
A justificação da continência
pelo amor ao movimento,
a inegável existência
a revolução.
O triunfo do corpo
e a imparável enxurrada
de todas as almas que te habitam
e que gritam a morte do génio
para que viva.
E mais nada.

Para que dances.
E te faças humanidade.
Para que chores
e te negues a eternidade.

10 - 11 - 12 de Janeiro de 2007(!)

(e o des1biga tarda em conseguir sair da editorial...)

abril 02, 2007

"Não me ria tanto desde aquela vez em que Salazar ganhou o prémio de melhor português de sempre."
Zélder

março 27, 2007

A uma Noite...

All around me are familiar faces
Worn out places, worn out faces
Bright and early for their daily races
Going nowhere, going nowhere
Their tears are filling up their glasses
No expression, no expression
Hide my head I want to drown my sorrow
No tomorrow, no tomorrow
And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very
Mad World
Mad world

Children waiting for the day they feel good
Happy Birthday, Happy Birthday
And I feel the way that every child should
Sit and listen, sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me, no one knew me
Hello teacher tell me what's my lesson
Look right through me, look right through me
And I find it kind of funnyI find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very
Mad World
Mad World
Enlarging your world
Mad World



M. H., quando voltares não te esqueças de te trazer sempre. Quando caíres, hás-de levantar-te sempre. E nós estaremos onde tu quiseres voltar. Sempre.

E à nossa infância e às estrelas no tecto.


Yellow

março 21, 2007

Lisboa

(excerto do rascunho do rascunho)

Aos poucos te despiste
rua a rua
em beleza nua aos meus olhos vesgos,
te deste e desdisseste
em virgindade vendida
aos poetas de outrora.

Saudades de Um Verão

[inacabado]

março 19, 2007

Metaforicamente falando, tenho medo de entrar na água. Mas estou mortinha por tomar um banho.