novembro 04, 2006

Num vão esforço de silenciar
a existência louca que tenho em mim
A sede solta que me invade
A vontade dura de voar...
- o meu corpo perde-se.

No diálogo das minhas vidas,
Nas ruelas, nas avenidas
do meu tortuoso ser e viver,
Da minha presença imposta,
Do meu suspiro instalado,
Do meu rodopiar imaginado

Sou a presa que persigo
que mordo, agarro, esfolo, desfaço,
para não existir nunca mais
Na existência que não me tolero.
Mas depois da tortura do existir
Para não ser quem me vi
Descobri enfim na paz do mundo
que no fundo de ninguém nunca existi.

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